ISAC NÓBREGA/PR
ISAC NÓBREGA/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou ao trabalho, nesta quarta-feira (23), após a bancada do PSOL de São Paulo enviar à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma notícia-crime em que acusa o presidente de abandono de cargo público. Se Bolsonaro fosse trabalhador da iniciativa privada já teria sido punido pela empresa e se faltasse ao trabalho mais dez dias sem apresentar justificativa, seria demitido por justa causa.

A volta ao trabalho coincide também com mais uma ação golpista. Bolsonaro voltou ao Palácio do Planalto, seu local de trabalho, um dia após os dirigentes do PL obedecerem suas ordens e apresentarem um relatório golpista em que pede a invalidação de votos depositados em urnas de modelos anteriores a 2020. Detalhe, o pedido do PL se refere apenas ao segundo turno da eleição, nada fala sobre o primeiro turno quando elegeu a maior bancada do Congresso Nacional, apesar das urnas serem as mesmas.

O presidente faltou ao trabalho do dia 3 ao dia 22  de novembro. No dia 3, deu uma passada no Palácio do Planalto para se reunir rapidamente com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).

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A iniciativa de enviar notícia-crime à PGR foi do   deputado estadual Carlos Giannazi, do vereador da capital Celso Giannazi e da primeira suplente do partido em São Paulo para a Câmara dos Deputados, Luciene Cavalcante, segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S Paulo.

De acordo com a nota, os signatários da notícia-crime afirmam que, desde a sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da República “tem apresentado exagerada ausência do cargo e de suas funções”.

Além do recebimento de notícia-crime pela PGR, Carlos Giannazi, Celso Giannazi e Luciene Cavalcante pedem a abertura de um inquérito civil para que seja investigado eventual ato de improbidade administrativa.

A única informação sobre o motivo das faltas de Bolsonaro ao trabalho foi dada pelo vice-presidente Hamilton Mourão que, em conversa com jornalistas, disse que Bolsonaro tinha uma ferida na perna e não podia usar calça comprida. O diagnóstico de erisipela, uma doença infecciosa na pele considerada mais comum em pessoas com problemas de circulação ou diabetes, na semana seguinte à eleição não foi confirmado oficialmente pelo presidente.

foto: ISAC NÓBREGA/PR
fonte:CUT