Uma licitação de R$ 454 milhões para ligar poços de água no sertão nordestino, realizada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que o presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou para o Centrão comandar, está sob suspeita da Controladoria Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU) porque há indícios de sobrepreço de R$ 131 milhões.

O pregão foi realizado pelo Departamento de Engenharia de Saúde Pública (Densp), cujo diretor Marlos Costa de Andrade foi indicado para a vaga pelo deputado Domingo Neto (PSD-CE), um aliado do governo.

A denúncia é do Estadão, que vem publicando uma série de reportagens sobre o problema nos poços do Nordeste. Como revelou o jornal, inúmeros poços já perfurados estão lacrados, mas as obras pararam na metade e a população segue sem acesso à água.

Aliado político  arremata a maior parte do serviço

De acordo com om jornal, o pregão foi vencido por três grupos, mas a maior parte do serviço contratado foi arrematada por uma empresa cearense, cujo sócio é aliado político e correligionário do parlamentar. As empresas deverão completar a instalação de 5.802 equipamentos que estão ociosos nos nove Estados do Nordeste e também no norte de Minas.

“A principal empresa do consórcio é a Edmil Construções. Com outras duas firmas, ela arrematou o serviço em oito dos dez Estados contemplados. O dono, Edmilson Junior, é presidente do diretório do PSD em Quixeramobim e prefeito em exercício”, destaca o jornal.

Ainda segundo o Estadão, análise dos técnicos da CGU indicou que os preços dos equipamentos foram inflados pela Funasa, que colocou estimativas muito acima do valor do mercado para equipamentos como canos e bombas.

A empresa do prefeito em exercício, prossegue o jornal, passou a faturar mais do governo federal na gestão Bolsonaro. De 2014 a 2017, recebeu R$ 24 milhões por contratos de fornecimento de água. De 2020 a 2022, recebeu R$ 54 milhões principalmente da Codevasf e da Funasa.

 

fonte: CUT
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