O Banco Central (BC) liberou a lista com nomes de 15 instituições financeiras que mais receberam queixas dos clientes por irregularidades cometidas, nos três primeiros meses deste ano, nessa quinta-feira (21).

Pelo terceiro ano consecutivo o banco que obteve a maior pontuação, de acordo com os critérios do BC, foi o C6 Bank. O indicador leva em conta o total de queixas consideradas procedentes dividido pelo número de clientes de cada instituição e multiplicado por um milhão. Quanto maior a pontuação obtida, pior foi o desempenho no período analisado.

O C6 Bank que tem 16 milhões de clientes recebeu 1.265 queixas, que se equivaleram ao índice de 77,69 pontos, nos três primeiros meses do ano. A maioria das reclamações contra o banco foi sobre irregularidades relativas a integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços, cartão de débito, internet banking, ATM, credenciadora e operação de crédito. Outras irregularidades existentes, embora menos apontadas pelos clientes, são relativas aos serviços de cartões de crédito e oferta ou prestação inadequadas de informação sobre crédito consignado.

Em segundo lugar na lista aparece o BTG Pactual/Banco Pan, com 68,20 pontos, tendo registrado 1.290 reclamações procedentes em uma carteira de 18,9 milhões de clientes. O banco Inter é o terceiro colocado, com 48,85 pontos, sendo 833 queixas procedentes em meio a 17 milhões de clientes.

Na lista também são encontrados nomes de bancos tradicionais como o Santander (5º), Bradesco (6º), Caixa Econômica Federal (10º), Banco do Brasil (11º). e Itaú (12º). Tanto o segundo colocado (BTG), como o Bradesco, Santander e a Caixa tiveram mais queixas do que o primeiro colocado do ranking do BC, mas o critério de avaliação baixou o índice de reclamações dessas instituições. A CEF tem o maior número de contas,145 milhões.

Confira a lista do Banco Central

RANKING DE RECLAMAÇÕES | 1º TRIMESTRE DE 2022
Posição Instituição financeira Índice Reclamações Clientes
C6 Bank 77,69 1.265 16.218.908
BTG Pactual/Banco Pan 68,20 1.290 18.913.034
Inter 48,85 833 17.049.709
BMG 47,20 489 10.358.318
Santander 27,37 1.589 58.048.730
Bradesco 25,22 2.587 102.567.618
Mercado Crédito 24,96 800 32.050.707
Original 21,59 822 38.069.786
PagBank-PagSeguro 14,87 345 23.191.620
10º Caixa 13,17 1.911 145.044.033
11º Banco do Brasil 12,32 891 72.316.273
12º Itaú 12,26 1.136 92.631.221
13º Votorantim (BV) 8,17 179 21.892.612
14º Nubank 7,48 410 54.748.336
15º Midway S.A. 2,87 31 10.786.244
Fonte: Banco Central

 

Em nota ao jornal Folha de São Paulo, as três líderes do ranking de piores bancos –C6 Bank, Banco Pan e Inter– disseram estar investindo esforços para promover melhorias na experiência de seus clientes. 

Os demais bancos citados na lista do BC também informaram ao jornal que estão trabalhando e investindo na melhoria de atendimento dos seus clientes.

Segundo grupo

A lista do BC é dividida em dois grupos. O primeiro traz as 15 maiores instituições do país em número de clientes. Até o último trimestre de 2021, a lista era formada por 10 entidades.

O segundo grupo é composto por instituições financeiras que tenham pelo menos 30 reclamações procedentes encerradas no trimestre. Neste rol, o banco Digimais liderou o ranking de reclamações, com 657,93 pontos, seguido por Master (601,71) e Neon (441,13).

O Digimais não se pronunciou ao jornal Folha de São Paulo que procurou a instituição. Já o Master e a Neon disseram estar trabalhando para aprimorar seus serviços e melhorar o atendimento aos clientes.

Divulgação com atraso

Devido à greve dos servidores do BC, que durou três meses (1º de abril até 5 de julho), com uma trégua de duas semanas no período, a divulgação do ranking, que seria feita em 20 de abril só foi divulga na última quinta-feira.

A lista referente ao segundo trimestre que deveria ser publicada neste mês foi também adiada pelo mesmo motivo. A divulgação, segundo o BC voltará ao normal em outubro, quando será publicado o ranking com as queixas relativas ao terceiro trimestre do ano. O Banco Central também informou que o ranking de qualidade de ouvidorias das instituições financeiras foi descontinuado.

 

FONTE:CUT